Depois de apresentar jogos mais “pesados”, falo hoje sobre um jogo leve em todos os sentidos — mas que vale a pena conhecer e jogar.
Criado por Michael Schacht, um de meus designers favoritos (China, Hansa), Coloretto é um jogo de regras muito simples, mas que estimula um bom posicionamento tático. Como é bem pequeno, dá para carregar para mostrar aos “não-gamers” como uma ótima porta de entrada para o hobby.
Felizmente, não é tão difícil de achar Coloretto importado para comprar no Brasil por algo entre 30 e 40 reais. Além disso, é possível que seja publicado em breve no país, o que deve tornar seu preço ainda menor.
Feito somente com cartas, Coloretto foi concebido para se jogar com as mãos livres. O deck é embaralhado, a carta que indica o fim é posicionada perto do fundo e o jogo está pronto para começar.
Em seu turno, o jogador tem, num primeiro momento, de escolher uma entre duas opções: ou sai da rodada recolhendo para si uma fileira completa de cartas (de uma a três), ou continua, abrindo uma nova carta. Caso abra uma nova carta, terá de fazer uma nova escolha: em que fileira da mesa adicioná-la.
É principalmente nesta escolha que o jogo mais agrada. Ainda que seja rudimentar a mecânica, a suave interação que ela provoca dá um dinamismo estimulante na mesa. O jogador deve tentar posicionar a carta de forma a construir uma fileira que seja boa para ele próprio recolher no seu turno seguinte — a menos que isso a torne também desejável para os adversários, que agirão antes de ele ter essa oportunidade.
É possível ainda tentar induzir os outros jogadores a saírem da rodada com um conjunto apenas razoável, impedindo-os assim de poluir uma fileira que lhe seja especialmente benéfica. O jogador pode basear sua escolha tanto numa análise mais lógica quanto numa leitura dos padrões de seus adversários.
Assim, tem-se um jogo que não confundirá um praticante casual, mas entreterá o aficionado mais atento, divertindo simultaneamente a um e outro num espaço de meia hora.
Fique claro que Coloretto não concorre, em qualidade e profundidade de design, com títulos mais sofisticados. Minha proposta é tê-lo sempre à mão, porque é facílimo de carregar e pode ser chamado à mesa em qualquer lacuna de tempo, sendo ainda muito apropriado para um grupo heterogêneo.
Zooloretto, do mesmo autor, é em minha opinião um desenvolvimento desnecessário da essência de Coloretto. É um bom jogo, mas perde as principais virtudes do “original” — portabilidade, rapidez, simplicidade — para criar um produto mais oneroso e que, aí sim, concorrerá com rivais de maior porte.
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Coloretto: tenha sempre à mão!
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Coloretto publicado no Brasil em breve?
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