terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O grande incêndio de Londres

 

Capa de The Great Fire of London 1666

A caixa é linda e a ideia empolga. As notícias também geraram bastante expectativa. O jogo pode sem dúvida acabar agradando algumas pessoas (como você, leitor, por exemplo), mas para mim decepcionou.

The Great Fire of London 1666, criado por Richard Denning, foca no histórico incêndio que devastou Londres no século XVII. No tabuleiro, os cones vermelhos que representam o fogo vão se expandindo do ponto inicial (Pudding Lane) e queimando as casas pelo caminho.

Em seu turno, o jogador lança uma carta para expandir o fogo para onde desejar — até certo ponto. Para manter a coerência, a jogabilidade e o balanceamento, foi necessário criar uma série de restrições meio trabalhosas para um jogo “médio-leve”. É um problema que certamente irá perdurar mesmo com a experiência e o bom conhecimento das regras, porque você precisa ir checando a existência de lugares prioritários para alastrar o fogo, antes de alastrá-lo para onde você quer.

JogaBobs: conhecendo o jogo em 4/12/2010

As mecânicas usadas para implementar essa temática acabam lembrando fortemente outros 3 jogos:

- Clans: todas as cores entram em jogo, independentemente do número de jogadores, e vão pontuando “sozinhas”, sem que saibamos qual cor representa qual jogador. Espalhar o fogo para cima das cores que não são suas lembra a ação, no Clans, de juntar cabanas de cores adversárias para prejudicar a pontuação delas.

- Pandemic: o fogo se alastrando e as ações de contenção, em que os jogadores apagam o fogo, lembram muito os outbreaks e as ações de tratamento. Além disso, o deck dos jogadores inclui verdadeiras cartas “epidemic”, que detonam intensificação das chamas, tornando-as mais difíceis de serem contidas.

- The Downfall of Pompeii: salve-se quem puder!

A semelhança com outros jogos não é um demérito em si. O problema é que, em minha opinião, ela não colaborou para a criação de um jogo melhor do que nenhum dos três citados.

Se Clans é quase tão caótico como o Great Fire, pelo menos ele dura 4 a 5 vezes menos e, mecanicamente, se atém a uma essência. Pompeii, também mais simples, é mais engraçado. E Pandemic transmite uma sensação maior de urgência e de realização.

O mais frustrante para mim é que o jogo não permite tanta estratégia e controle. Em um jogo de 70-90 minutos, isso pesa bem. Acontece que as casas estão, claro, muito espalhadas, e o trabalho em conjunto dos jogadores fará com que a pontuação seja bem equilibrada de qualquer modo, por maiores que sejam seus esforços.

Ouvi reclamações sobre os componentes também, mas eu não tenho queixas. Acredito que foram geradas muito mais por expectativa, já que algumas versões de demonstração do jogo apareceram com algumas peças diferentes da edição final. Para mim, a produção do jogo é muito boa.

Um comentário:

  1. Realmente o "The Great Fire of London" me decepcionou.

    Jogamos em 4 pessoas e passei praticamente o jogo todo fazendo a mesma ação. Alastrava o fogo, posicionava o meu peão e um bombeiro em um distrito com fogo, apagava o fogo e ganhava o respectivo ponto de vitória.

    Em nenhum momento senti um clima de tensão ou urgência que eu esperava num jogo com essas características. Os distritos mais valiosos para mim e para a maioria dos jogadores sequer foram ameaçados.

    Talvez esse jogo "cintile" (não acredito que venha a brilhar) em 5 e principalmente 6 jogadores. Só o jogaria novamente nessa configuração.

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