Faço questão de ressaltar que se trata de uma variante oficial — ou seja, criada/endossada pelo designer — porque eu e muitas pessoas não gostam de variantes ou regras caseiras. O autor de 7 Wonders, Antoine Bauza, reconhece o fato ao afirmar:
“Proponho regras simples para manter o jogo acessível a muitas pessoas, e os jogadores experientes podem acrescentar opções conforme preferirem. Bom, acontece que a maioria dos jogadores experientes não tomam liberdade em relação às regras, provavelmente por respeito ao autor. (Obrigado por isso!)”
Sim: não tomamos liberdade por respeito ao autor, ao criador, à equipe de desenvolvimento. Se um jogo é testado mais de 500 vezes (e em muitos casos isso não é uma hipérbole), devemos dar a chance de ele brilhar. Quando um jogo não me agrada, eu apenas o deixo de lado*.
Pensando nisso, Bauza lançou duas variantes oficiais para usar a expansão Leaders.
Variante 1
Cada jogador recebe 5 cartas de líderes e descarta uma (secretamente) antes de passar as 4 cartas restantes ao jogador à sua direita. Então a escolha de cartas prossegue como nas regras originais da expansão.
Comentário
É interessante porque pode evitar a “sorte grande” de algum jogador. Por exemplo, se num grupo a carta X costuma ser a mais efetiva, em geral ela será retirada da escolha.
Variante 2
Cada jogador recebe 5 cartas de líderes, e a escolha prossegue como nas regras originais da expansão. Quando cada jogador recebe 2 cartas do vizinho, ele fica com uma e descarta a outra secretamente.
Comentário
Esta variante somente dá um pouco mais de opções aos jogadores, fazendo essa escolha ficar semelhante à das Eras.
Fonte (inglês e francês):
http://www.antoinebauza.fr/?p=2053
Neste link é possível ver também como fazer certos ajustes necessários para se jogar alguma dessas variantes com 7 jogadores.
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* Há uma exceção, muito bem explicada. É o Ticket to Ride: Europe. Este é um jogo que considero agradável, mas não o teria em minha coleção a não ser pelo fato de que é o melhor título para introduzir pessoal novo aos jogos modernos. Só o jogo nesse caso. E, como a regra dos túneis pode gerar uma situação intolerável, faço nela uma mínima modificação: o limite de cartas a mais que a pessoa pode ter de apresentar é sempre de apenas uma carta.
Eu tenho mente aberta às variantes dos jogos, pois a experiência mostra que o jogo ideal é muitas vezes o resultado de aprimoramentos sucessivos.
ResponderExcluirEu, por exemplo, adotei as seguintes variantes com sucesso para o Colonizadores de Catan, pensando mais no gosto do novos jogadores ou 'casuais':
1.- O ladrão não entra em jogo até todos tiverem 3 pontos ou um dois jogadores atingir 4 pontos. Antes disso, todo 7 lançado é rolado novamente (ainda vale o descarte de cartas acima de 7)
2.- Para melhorar um pouco os hexágonos com 2 e 12, cada vez que saírem um destes números no lançe, são tratados como iguais.
Tem um post interessante na comunidade reddit que propõe uma variante para o Risk e gerou empolgação, aparentemente vale a pena testar. Não testei ainda (tenho War, não o Risk), mas segue o link (em inglês)
http://www.reddit.com/r/gaming/comments/mrizz/i_have_lost_friends_to_this_game/c33bp7q