Neste final de semana, além de uma partida de Le Havre, tive 3 novas experiências lúdicas, jogos que estava procurando para testar. E aqui vão minhas considerações iniciais!
VINHOS
É verdade que este eu já havia jogado uma vez, mas havia sido praticamente uma learning session, portanto com poucas condições de apreciar o jogo em si. Para piorar, a primeira foi com 4 jogadores, coisa que o designer Vital Lacerda desaconselha aos iniciantes (mas só fiquei sabendo disso depois).
Desta vez joguei com Rodrigo Brim e João Bosco (foto) uma partida em 3 jogadores. Transcorreu suavemente!
O jogo passou pelo teste, ganhando meu selo de qualidade, e estará em minha coleção na metade de julho. Mas por quê?
Embora eu inicialmente estivesse bastante curioso, o tempo de jogo indicado pelo fabricante (150 minutos) me desestimulava um pouco. Não que eu não goste de jogos longos, pelo contrário, mas é que já tenho jogos com a mesma complexidade e a mesma faixa de tempo: Le Havre, Caylus, Brass e Civilization. Para agregar Vinhos, ele teria que ser fantástico como esses quatro e ainda ter algo novo a trazer para a coleção.
Para minha surpresa, além de uma partida bastante gostosa, a partida durou 80 minutos jogados sem nenhuma pressa, mesmo contando nossas dúvidas com as regras. Este tópico no BGG (em inglês) trata dessa disparidade. Percebi que o designer incorporou ao tempo indicado todo o período de reflexão que ele acha necessário para se desfrutar do jogo. Acontece que essa não é a prática do mercado.
Por exemplo, Le Havre também indica 150 minutos de duração. Mas uma partida de Le Havre em 4 jogadores tem nada menos que 144 turnos, sem contar as 20 fases de harvest/alimentação. Vinhos, também em 4, terá 48 turnos e, quando muito, 10 a 15 turnos extras com os personagens de bônus. A fase de produção é automática e só há 3 feiras, de resolução rápida. Acredito que, comercialmente falando, para se encaixar na prática do mercado, Vinhos deveria indicar uma duração de 80 minutos.
Com esse tempo de jogo, Vinhos já se encaixa muito melhor em minha coleção. Nessa faixa de complexidade/tempo/n. de jogadores, tenho somente Tigris & Euphrates e Puerto Rico, ambos, aliás, menos complexos do que Vinhos. Encaixou-se perfeitamente!
Em Vinhos, a temática suaviza bastante a experiência. A impressão inicial com as regras pode ser avassaladora pela quantidade de coisas que se pode fazer, mas o tema as torna intuitivas: você tem vinhedos, e então vinícolas para melhorar a produção, enólogos para melhorar o desempenho da vinícola, adegas para aumentar o valor de venda, especialistas para posicionar-se melhor na Feira do Vinho, um mercado interno que lhe dá fôlego financeiro e um mercado de exportação que consolida o seu prestígio. Na 2.a partida já está tudo fazendo sentido e você já pode se divertir tomando decisões para ter a melhor carreira como produtor de vinhos portugueses!
Jogo aberto e profundo, já há bons tópicos sobre sua Estratégia. O próprio designer está prestando um ótimo serviço, redigindo artigos e organizando material informativo. Para mim, isso é um ótimo diferencial no trabalho de um designer de jogo gamer. Espero jogar dezenas de partidas de Vinhos, durante alguns bons anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário